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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Dermatomicose

Dermatomicose, s. f. (fr. dermatomycose; ing. dermatomycosis), é o nome dado a qualquer infecção cutânea provocada por fungos parasitas denominados dermatófitos.
As dermatomicoses dos animais domésticos constituem zoonoses importantes, urna vez que estes mantêm estreito contato com a espécie humana, dada a alta infectividade observada nesses processos. Relata-se a ocorrência de sete surtos de dermatomicoses, um por M. gypseum envolvendo um gato e um indivíduo do sexo feminino e os outros por M. canis envolvendo 20 indivíduos da espécie humana (adultos, jovens e crianças de ambos os sexos), 5 cães, 16 gatos e um macaco gibão (Hylobates lar).
As dermatomicoses dos cães e gatos constituem zoonoses de importância, uma vez que estes são, dentre os animais domésticos, os que mantêm mais estreito contato com a espécie humana, particularmente com as crianças, altamente susceptíveis a esses processos.
Por representarem alta percentagem das dermatopatias, os animais assumem papel relevante na clínica veterinária. As lesões clinicamente evidentes preocupam o proprietário, levando-o a procurar ajuda do profissional para diagnóstico, tratamento e orientação.
Numerosos surtos por espécies do gênero Microsporum são referidos na literatura internacional. Assim, verificam-se relatos de M. canis determinando dermatomicose no homem e, concomitantemente, nos animais em diferentes continentes como, Américas, Europa, Ásia, África e Oceania. Não há, entretanto, descrições de surtos interespecíficos por M. gypseum.
As micoses são causadas por fungos que gostam do calor, pois este favorece a sua propagação.
Praticamente todas as pessoas estão expostas ao contágio, pois os fungos proliferam um pouco por toda a parte, reproduzindo-se quando estão reunidas as condições ideais que conjugam temperatura elevada, humidade e escuridão.
Existem dois tipos de micoses no pé:
- na Pele
- na Unha
Qualquer que seja a sua forma as micoses são muito incómodas.
Existe tratamento, mas deve sempre ser recomendado por um podologista. É quase sempre prolongado não devendo ser interrompido assim que terminem os sintomas, pois os fungos podem resistir nas camadas mais profundas da pele.
MICOSES NA PELE (dermatomicoses)

Os pés são áreas cutâneas constantemente submetidas à acção do calor e humidade. Estes dois factores para além de favorecerem a colonização e desenvolvimento dos fungos, promovem localmente a maceração e fissuração da pele. Assim, estão reunidas as condições necessárias para a instalação da infecção fúngica.
A dermatomicose mais frequente e conhecida é o, vulgarmente chamado, pé-de-atleta.
Estima-se que cerca de 21% da população adulta possa estar afectada por pé de atleta.
Normalmente entre o 4º e 5º dedos, esta patologia causa prurido, descamação, maceração e fissuras podendo estender-se às outras pregas interdigitais, à superfície plantar dos pés e até pode atingir as unhas.
O nome ‘pé de atleta’ (quando localizado entre os dedos), deve-se ao facto desta forma de dermatomicose afectar mais frequentemente os desportistas. Devido ao facto da transpiração proporcionar um ambiente favorável ao seu desenvolvimento (as pessoas que suam muito dos pés deverão ter pelo menos dois pares de palmilhas personalizadas que deverão alternar, ou dois pares de sapatos, permitindo a um secar enquanto utilizam o outro), o desporto é um dos maiores aliados desta patologia. Contudo, nem tudo o que aparece nos pés de um desportista é pé-de-atleta e nem só os desportistas têm pé-de-atleta. Também a população em geral pode ser afectada, sendo mais frequente nos homens do que nas mulheres.

Epidemiologia
A transmissão direta de microsporum canis de cães e gatos de fato ocorre. até 30% dos casos de "tinha" humana em áreas urbanas foram associados a contato direto com animais.
A infecção resulta do contato de pele ou cabelo íntegro com escamas da pele ou fragmentos de pêlo infectados. As hifas crescem, então, em direção ao estrato córneo. Casos esporádicos de tinha são contraídos a partir de cães ou gatos (M. canis).
Logo a transmissão da dermatomicose dá-se pelo contato direto com o animal infectado.
Fatores de Contágio:

• Locais fechados e pouco arejados, nomeadamente locais húmidos e quentes como ginásios, balneários, piscinas, saunas, instalações de apoio dos veraneantes e praias
• Susceptibilidade/sensibilidade por parte de cada pessoa, mas cuja natureza é ainda desconhecida
• Baixa imunidade do organismo, que pode ser devida a stress, doenças como a sida e a diabetes, quimioterapia, entre outros
• Partilha de toalhas, tapetes, meias, sapatos
• Praticantes de desporto
• Pessoas menos novas
• Profissionais de limpeza e jardinagem
• Quem tem problemas como a diabetes, obesidade, podológicos, doenças cardiovasculares e imunodeficiências, etc.

Existem ainda os efeitos psicológicos da doença:
- Causa embaraço e vergonha;
- Provoca medo de contágio a outras pessoas;
- Provoca perda de auto estima, ansiedade e isolamento social.
Não esqueça: a interrupção do tratamento favorece a persistência do fungo, ou a sua recaída.
O acompanhamento podológico de pessoas com onicomicose garante tratamentos eficazes, principalmente após o resultado de análise ao fungo contribuindo desta forma para a melhoria substancial da qualidade de vida destes doentes.
Sintomatologia
Sintomas:
- Prurido (comichão)
- Borbulhas pequenas
- Dor
- Maceração, descamação e gretas interdigitais
- Descamação, secura e/ou fissuras nos bordos laterais dos pés
- Inflamação e rubor da pele
Se a pele não for tratada pode continuar a abrir fissuras e gretas, podendo levar a um grande desconforto e dor, bem como, proporcionar um cheiro desagradável.
Contudo, os fungos que originam o pé de atleta não revelam grande virulência.
Importa salientar que o número de géneros e espécies de fungos existentes no ambiente é normalmente muito elevado (230 mil tipos de fungos), mas que apenas alguns originam pé de atleta e outras micoses.
As dermatomicoses comumente provocam o aparecimento de lesões circinadas, evoluindo conforme as seguintes formas:
• Forma vesiculosa - As lesões primárias contém vesículas, que podem se fundir, romper e formar superfícies ulceradas com evolução para crostas. Esta forma é bastante inflamatória e, quase sempre evolui para a cura espontânea.
• Forma anular - Inicia-se por lesão eritemato-papulosa que cresce centrifugamente, com cura central a medida que há progressão pela periferia. Essas manifestações são, na maioria das vezes acompanhadas por prurido.
• Forma em placas - As placas são essencialmente descamativas e eritematosas e aumentam tanto o tamanho que podem chegar a comprometer extensas áreas do tegumento, podendo simular quadros de dermatite seborréica ou psoríase.
Prevenção
Os proprietários dos animais devem ser aconselhados a lavar bem as suas mãos, após a manipulação de cão ou gato infectado, e a não permitir que seus filhos brinquem com os animais, até que o tratamento tenha resolvido a moléstia.

Um comentário:

  1. Gostei muito das informações prestadas pelo Professor Walter. Muito obrigado.

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